sábado, 3 de agosto de 2013

Terror noturno

Hoje saiu no Jornal de Itatiba (JI) a entrevista sobre o terror noturno (TN) que dei como psicóloga:





















1. Quais as causas do terror noturno (TN)?
R: As causas do terror noturno não são totalmente conhecidas. Existe uma corrente que aponta a imaturidade do sistema nervoso central como uma hipótese, mas há outra que indica que o TN estaria relacionado com alterações de fases do sono. Existem ainda estudos que indicam que a ansiedade, depressão e estresse podem desencadear o problema, além de alguns medicamentos ou do estado febril.

2. Quais os sintomas?
R: Os sintomas mais comuns são: despertar repentino (principalmente no 1o terço do sono), gritos, pânico, agitação, gemidos, confusão, sudorese e taquicardia. A criança se comporta como se estivesse em perigo e continua amedrontada, não reconhecendo as pessoas e, ao acordar, não se lembra do que aconteceu. Além de apresentar, em alguns casos, sonambulismo e agressividade.

3. Muitas crianças apresentam o distúrbio?
R: 3% da população infantil apresenta o terror noturno.

4.Qual idade é mais afetada pela síndrome? Existe alguma faixa etária em que o TN se apresente?
R: Não há uma idade padrão para ocorrência deste transtorno, entretanto o terror noturno acomete mais frequentemente as crianças em idade pré-escolar, ou seja, aquelas de 2 a 5 anos. Mas pode acontecer em bebês, crianças mais velhas, adolescentes e até adultos.

5. Adultos também são afetados?
R: Raramente, menos de 1% dos adultos é afetado pelo transtorno.

6. Quais as consequências?
R: Geralmente o terror noturno, apesar de ser caracterizado como um transtorno do sono e parecer assustador no momento que ocorre, é benigno, ou seja, não causa danos ao desenvolvimento infantil. São raras as situações em que a criança tem mais de um evento por noite, o que poderia gerar consequências físicas ou psicológicas.

7. Como é feita a detecção do TN?
R: A detecção desse transtorno normalmente é feita através dos sintomas relatados pelos pais ou responsáveis que presenciaram os episódios de terror noturno (despertar repentino, agitação, gritos, suores, calafrios, excitação, confusão, dificuldade para ser acordado e amnésia sobre o evento).

8. Existe algum tipo de medida contra o TN?
R: Algumas medidas devem ser adotadas quando o terror noturno se faz presente como: atenção à alimentação, regularidade da hora do sono, suspensão de medicamentos que tenham como efeitos colaterais transtornos do sono e minimização de momentos estressantes ou ansiosos proporcionando amparo físico e emocional a criança.

9. Existe alguma doença que tenha os mesmos sintomas do TN? 
R: O terror noturno é classificado como uma "parassônia" (caracterizada por comportamentos, alterações e manifestações peculiares que acontecem durante o sono), assim como o sonambulismo e o pesadelo que podem ser confundidos com ele. Porém o terror noturno apresenta diferenças do pesadelo por acontecer no começo do sono, não fazer a criança despertar e não deixar lembrança posterior. Já com relação ao sonambulismo, durante uma crise de terror noturno, a criança não apenas fala e caminha enquanto dorme, mas apresenta medo, excitação e agressividade.

10. Como é feito o tratamento?
R: O tratamento do terror noturno normalmente acontece depois de uma avaliação médica e psicológica para identificar se a criança está ansiosa ou estressada ou se tem uma alimentação adequada e uma rotina de sono tranquila. Tendo em vista que esse distúrbio não costuma causar danos, é feita apenas uma orientação aos pais ou responsáveis que se deparam com os episódios, já que as próprias crianças não se lembram do acontecido.

11. O tratamento é feito com psicólogo? Todos os casos precisam de tratamento?
R: A maioria dos casos não precisa de tratamento, embora o ideal é que a criança passe por uma avaliação. Os pediatras são, por diversas vezes, os primeiros a serem procurados e então encaminham o paciente mirim ao psicólogo para uma avaliação psicológica, além da orientação e suporte da família. Caso a criança apresente ansiedade e estresse que possam estar desencadeando o terror noturno, a psicoterapia é fundamental para que ela compreenda os seus sentimentos. Além da família entender que o apoio dela é importante em todo o processo para o paciente se sentir seguro e amado.

12. Quais tipos de tratamentos alternativos podem ser usados nos casos de TN (se há)?
R: Algumas vezes, quando a criança tem um episódio de terror noturno, ela pode se machucar ou ferir outras pessoas e nesses casos intensos podem ser utilizados, a curto prazo, medicamentos que são administrados na hora de dormir como os benzodiazepínicos ou antidepressivos tricíclicos. Alguns terapeutas utilizam técnicas de hipnose e biofeedback e existem dispositivos eletrônicos confeccionados para despertar o paciente, quando as movimentações corporais indicam que haverá um episódio de terror noturno, por meio de um alarme de som alto. Crianças podem ser carregadas e acalmadas com movimentos e falas sutis, nunca deve-se tentar acordá-las.

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